segunda-feira, 7 de março de 2016

A uma princesa distante

Apresenta-se aqui um dos poemas do escritor neerlandês, J.J. Slauerhoff, amante da cultura e da literatura portuguesa, traduzido e musicado.

  Voor de verre prinses 

J.J. Slauerhoff
 
Wij komen nooit meer saam:
De wereld drong zich tusschenbeide.
Soms staan wij beiden ’s nachts aan ’t raam,
Maar andre sterren zien we in andre tijden.

Uw land is zoo ver van mijn land verwijderd:
Van licht tot verste duisternis – dat ik
Op vleuglen van verlangen rustloos reizend,
U zou begroeten met mijn stervenssnik.

Maar andre als het waar is dat door groote droomen
Het zwaarst verlangen over wordt gebracht
Tot op de verste ster: dan zal ik komen,
Dan zal ik komen, iedren nacht.

 
A uma princesa distante 
Tradução de Mila Vidal Paletti
Jamais voltaremos a ver-nos,
Entre nós dois há um mundo pelo meio.
Por vezes, de noite, à janela nos detemos
Mas são outras as estrelas que vemos...
Doutros tempos o enleio.
É tão longínquo o vosso país do meu:
Como a luz da mais funda escuridão - tão distante -
Que viajando sem parar nas asas do desejo, eu
Vos saudaria num suspiro agonizante.
Porém, se for verdade,
Que sonhando o impossível,
Se leva o maior dos anseios
À estrela mais intangível:
Então eu voltarei,
Voltarei todas as noites...
(De saudade).
 
Música: Custódio Valente. Voz: Cristina Branco.
 



 
 
 
 
 
 

 
 

 

terça-feira, 1 de março de 2016

Inspirado em Slauerhoff


E no fim de semana vai o fiel à igreja para fortalecer a alma.
Canta salmos de louvor que se elevam ao céu. 
Confraterniza com os irmãos.
Satisfeito, torna a casa.
Já está dispensado da caridade nos outros dias.

 
 Flavio Quintale
Inspirado em “De afgescheiden gemeente” de J. Slauerhoff.